sexta-feira, dezembro 29, 2006

Anu(a)lidades

Antes de mais nada espero que todos tenham gostado do farrapo velho, e que estejam a passar umas férias bastante agradáveis!

Depois da festividade natalícia avizinha-se a pequenos passos outra grande festividade, o fim de ano, marcando assim nova transição temporal nas nossas vidas. 2006 está a dar os últimos cartuchos, cartuchos esses suficientes para ainda dar uma breve passagem no Blog!

O seguinte post assemelhar-se-á a uma “caixinha” de pequenas recordações, uma vertente memorial, ou seja, narrar pequenos factos que, de uma forma ou de outra marcaram este ano, isto como é óbvio virado para um campo mais pessoal, basicamente, coisas sem interesse nenhum. Pois para revisões anuais dos acontecimentos mundiais temos a RTP a fazer um bom trabalho! Ora, faço isto não só para os caros leitores se aperceberem que eu levo uma vida de merda, mas também para fixar tais acontecimentos em qualquer lado, para além da minha memória. Lá está, é juntar o útil ao agradável, assim sempre podem gozar comigo e eu, ao mesmo tempo, sei o que fiz em 2006 sem puxar muito pela cabeça, ou então não!

Este post será elaborado cronologicamente, isto é, seguindo normalmente os meses do ano. Como é lógico não vou fazer abordagens muito pormenorizadas, isso seria um absurdo! Estes acontecimentos serão narrados através de breves tópicos, recorrendo a pequenos comentários da minha parte quando necessário!

Janeiro:
- 2006 começara com aquilo que após a minha presença intitulara de “A Quinta do Degredo”! Quem tiver outra designação para essa festa agradecia que partilhasse com o resto da comunidade!

Fevereiro:
- Uma visita ao Carnaval de Ovar bastante animada por sinal, na companhia da figura que causou mais furor entre os fantasiados, o Sr. Pedro Almeida vestido de Parolo! Escusado será dizer que também eu ia mascarado de cromo, mas com outras vestimentas, fui normal!

Março:
- Benfica vence eliminatória da Liga dos Campeões contra o Liverpool, por uns fantásticos 3-0, no total das duas partidas efectuadas.
- Primeiro concerto da promoção à primeira demo de Looney Tones no bar “O Meu Mercedes é Maior que o Teu!” na ribeira no Porto. Tocando num palco que já acolheu bandas de nível mundial como Explosions in the Sky, ou até mesmo o mítico vocalista e compositor de The Mission Uk, o senhor Wayne Hussey!

Abril:
- Celebração da Páscoa, momento solene religioso e por conseguinte participação no compasso que acompanha a mesma festividade, proporcionando um fabuloso dia de entretenimento.
- Mês que apadrinhou a criação do God is a Margalho, Blog Oficial da Comunidade do Margalhal, da qual cabe-me a mim dirigi-lo, não da melhor maneira, mas da maneira que eu quiser! Como já disse não se pode desagradar a todos!
- Ah, acho que um tipo qualquer fez anos neste mês!

Maio:
- Monumental Festa Académica, a Queima do Porto! Oito dias de pura ramboia impúdica, da qual só participei em seis!
- Um excelente festival do qual não pude comparecer, Super Bock Super Rock!

Junho:
- Inicio do Mundial de Futebol, que ofereceu grandes festins numa praça destinada ao visionamento dos jogos da nossa selecção no centro de Vale de Cambra! Festins esses que se apoderaram de Portugal durante largos dias.
- As “aparentes” Festas de Santo António em Vale de Cambra, não com a grandiosidade que nos habituou em anos anteriores, mas sempre com aquele toque demente, auxiliada por gente sofredora dessa mesma atrocidade!
- Início da controversa e não menos dolorosa época de exames!

Julho:
- Fim do Mundial de Futebol, onde Portugal galardoou-nos com uma excelente prestação.
- Fim da controversa e não menos dolorosa época de exames!
- Início das convidativas Férias no Furadouro num apartamento digno de apreço, na companhia do costume, no que diz respeito a actividades infaustas de parolice!

Agosto:
- Começou precisamente com o final das Férias no Furadouro.
- Início de uma actividade laboral para angariar fundos para a minha pessoa. Desta feita vigilância florestal e levantamento de pontos de água. Yeahh!!
- Incêndios abalaram todo o país, novamente, está claro! Felizmente Vale de Cambra não sofreu grandes males nesse ponto. Eu trabalho de caralho!

Setembro:
- As “lendárias” Festas Setembrinas que em tempos até trouxeram o majestoso humorista Herman José, revelaram uma quebra já esperada na tradição! Mesmo assim são festas virtuosas e tiveram momentos merecedores da minha positiva apreciação.
- Uma pequena viagem a mundos mais caóticos, S. Paio da Torreira, que só veio mostrar a minha inaptidão em eventos sociais “banais”, ou clichés pessoais, ou o que lhe quiserem chamar! Mas não vamos bater mais no Santo, porque eu até gosto de Paio, mais não seja para acompanhar um bom vinho! Quero eu dizer que, noutras condições até poderei achar graça àquilo!
- Início de mais um ano Académico.
- Dura Praxis, Sed Praxis… Isto toca a todos, ou aos que quiserem – Recepção ao Caloiro 2006, Praxe Cambrense! Recomendável!

Outubro:
- Outubro foi um mês que não teve acontecimentos que alcancem um grande destaque. Xi… Estava-me a esquecer, talvez o grandioso evento “Remember Bye Bye Summer”! Ou isso também foi em Setembro? Ajudem-me, não me lembro! Ok, só realçar a transformação ocasionada pelo o Dia das Bruxas no Arcádia. Ocasionada pelo o Dia das Bruxas não, coitadinhas das senhoras! Ocasionada pela a sonoridade escolhida para acolher a festa em questão, isso sim! Acredito que a média de idades dentro do Arcádia nesse dia tenha rondado os 22/23 anos… Não sei!

Novembro:
- Outro mês que não teve pontos merecedores da minha atenção! Somente uma bela festa dedicada ao S. Martinho por parte dos Margalhos, e outro evento margalhense na estância de uma casa amiga que serviu para ponderar novas políticas e actividades da escumalha do costume.

Dezembro:
- O incontornável concerto de Opeth no Hardclub.
- As festividades natalícias habituais, com destaque para o jantar de Natal na Associação Académica de Cambra com o grupo Coral de Jovens de Macieira de Cambra! Um canta, canta e canta para estar à espera destes momentos! Lareira, cerveja e cartas, foram o WordCode da Noite!
- Sem ainda ter chegado, prevejo uma passagem de ano muito diferente das habituais, mas com uma classe de elevado nível! Nada de grandes festividades sociais! (Lá estou eu novamente)
- Referir uma noite de sábado que não existiu, tal como o holocausto e inquisição, e aquele post videográfico que fiz há uns tempos!

E pronto, passou mais um ano, assim tão rápido como foi escrever este post! Faltando mencionar as enumeras jantaradas de aniversários e tainadas margalhenses, que possibilitam grandes momentos de insanidade, mas se assim fosse nunca mais sairia daqui.

Uma boa passagem de ano para todos, e que o próximo ano seja ainda melhor que o anterior, são os votos de toda a Comunidade do Margalhal, a todos os leitores e não leirores, amigos e inimigos do margalhal.blogspot.com!

Já agora, 2007 promete ser um grande ano para os Margalhos, assim com 365 dias!
Saudações, as últimas de 2006!

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Opeth - HardClub

O Grande dia 10 de Dezembro!
Mesmo sabendo que o seguinte post irá ter pouco interesse para a maior parte dos olhos que cá passam, seria indispensável redigir, ou tentar redigir algo que faça transparecer os mais bem empregues 20 euros da minha vida, e das horas e meias mais bem passadas da mesma. Será novo post complicadíssimo de elaborar, pois transcrever um aglomerado de sentimentos suscitados por um concerto não parece ser nada fácil. E posteriormente mostrar esse mesmo texto para que, o alheio tire as suas próprias conclusões acerca da veracidade de tão grandioso espectáculo, ainda mais difícil parece ser. Mas pronto, conta a intenção.

Não sei se será importante falar do convívio antes do concerto, pois o centro de festa trata-se doutro objecto, e na verdade também não teve grande assunto esse período. Apenas frisar a existência dois indivíduos a beber cerveja num apartamento à espera dos restantes companheiros para a festividade. Desnecessário falar numa tentativa falhada em tocar numa guitarra desafinada e com dificuldades de afinação.

Depois de todos reunidos foi tempo de procurar um local para se jantar. A associação do Amial revelou-se um estabelecimento com a marca de “Até Breve!”. A real tasca, comida e bebida com selo de qualidade, atendimento digno e no final, o pagamento não fez chorar a carteira… Há muito não se jantava assim! Seguidamente e em suma foi, enfiar-se no metro, viajar até ao Jardim do Morro e caminhar até ao mítico Hardclub.

O relógio marcava perto 22h20, hora que marcara também a chegada ao recinto desejado. Vista uma entrada já desocupada, foi tempo de sacar do bolso o bilhete que daria acesso a um pequeno mundo isolado, e que pouco mais tarde se revelaria primoroso.

Para abrir Opeth estava marcada uma banda britânica de seu nome, Amplifier. Banda essa da qual não posso manifestar uma grande opinião, pois como cheguei atrasado ao início dos concertos, tive só a oportunidade de ouvir duas das suas músicas, e foi só mesmo ouvir, porque ver, não vi nada! Hardclub mais que lotado, e eu a fazer contas à vida, temendo o facto de não arranjar lugar para lobrigar o ambicionado concerto. Ter 1,68m não é nada animador nestes momentos! Para quem não conhece o Hardclub, este é composto por duas varandas laterais, colocando os seus visitantes num local bem elevado, obtendo assim uma vista soberba para o palco, foi por aí que tentei a minha sorte. Enquanto ouvia um rock agradável vindos dos tais Amplifier, ia tentando deslumbrar um cantinho a onde me instalar. Misturado com sonoridades a fazer lembrar uns Aperfect Circle e até noutros momentos uns “celestiais” Tool, os Amplifier mostram-se uma banda com melodias envolventes, num estilo que se aproxima bastante de um prog-rock ambiental. Desse modo peco por não ter chegado mais cedo, pois teria sido do meu agrado ter visto esse concerto na sua totalidade, e não ouvir só duas músicas. Andarei mais atento a estes senhores.

Num acto de puro mau-senso coloquei-me num local onde segundos antes um casal saíra logo após o final do primeiro concerto, não sei se pretendiam voltar ao mesmo lugar. É nestas alturas que o ditado popular se aplica na melhor forma, “Quem foi ao ar, perdeu o lugar!”. Acreditem, não fiquei com peso de consciência.

Estando já instalado para ver o concerto que me levara lá, foi só tempo de esperar uns breves minutos até ver os 5 elementos que compõem Opeth a entrar em palco, e a dirigir-se cada um para o seu instrumento. Uma leve introdução que só durou o tempo de os músicos se colocarem nos devidos locais e explodirem com um brutal Ghost of Perdition, tal como acontece logo abrir o álbum que contem a mesma música, o digamos, actual Ghost Reveries. Tão brutal foi que passado pouco mais de 40 segundos Akerfeldt vê-se na necessidade de trocar de guitarra, pois uma das suas cordas foi ao “ar” nuns dos riffs inicias. Nada que preocupasse muito o principal mentor de Opeth, logo após tal quebra, foi-lhe enviada nova guitarra e depressa o virtuoso vocalista acompanhou os restantes companheiros até a primeira vocalização limpa da música, seguido de um aplauso pomposo do público, ou seja, estávamos completamente a cagar para o infortúnio inicial… Passaram os primeiros 11 minutos e a plateia já tinha sido mais que levada pela “perdição” destes suecos. Estavam todas as cartas na mesa, a masturbação progressiva de Opeth podia assim singrar pela noite dentro, de uma forma tão natural quanto Akerfeldt se dirigiu aos seus fans a cada intervalo de música. Um verdadeiro frontman, e só nesse aspecto os meus 20 euros já tinham sido bem gastos.

Depressa fez-se notar que os Opeth vinham cá para mostrar um reportório de vida, fazendo uma abordagem a todos os seus trabalhos, não àquilo que outrora eu pensaria, uma total concentração no actual álbum. A exemplo disso foi a segunda música, When de um longínquo My Arms, Your Hearse, que como seria de esperar agradou aos fans mais rogados de Opeth. Seguidamente envenenam o público com uma Bleak, com aquele início abrilhantado pela a guitarra de Peter Lindgren e a voz poderosa de Akerfeltd… Beating… Heart still beating for the cause… Feeding… Soul still feeding from the loss…” e por aí em diante. Nada a dizer! Era tempo de acalmar as coisas, e encantar os presentes com uma Face of Melinda, dando lugar aos sets mais calmos que se encontram espalhados pelos os álbuns de Opeth. Uma música bela, que merece ser escutada por qualquer apreciador musical que se preze.

Viajando novamente às antiguidades, transportados pela “Noite e a Água Silenciosa”, os Opeth relembraram assim uns dos movimentos bem incutidos na sua sonoridade, o death/doom metal primordial, envolvendo o público numa massa negra que muito dificilmente nós quereríamos sair. O alinhamento estava a ser bem lançado, e depois de componente tão envolvente nada melhor que continuar com a mesma toada, dando asas ao grande single do Ghost Reveries, The Grand Conjuration. Nova explosão de agressividade, semelhante ao tema de abertura (obviamente sem nenhuma corda partida), recorrendo aos típicos piques de tecnicismo de metal progressivo. Sem dúvida, e na minha opinião a melhor música do concerto.

Depois de estrondoso tema, e numa forma inteligente a música que se segue foi Windowpane, de um álbum que o próprio vocalista catalogou como, um álbum pró engate, Damnation! Nova anestesia musical, servindo assim para descontrair um pouco. Sem nunca perder total concentração no som do concerto, nem no soberbo solo de Akerfeldt, nem nas sublimes melodias aplicadas na mesma música, fui buscar uma cerveja, para novamente me dignar a visualizar um espectáculo que se estava a tornar memorável... Viria aí nova explosão progressiva de nome Blackwater Park, título análogo ao nome do álbum em que se insere a mesma música. Sem dúvida um majestoso tema que poderia muito bem ter finalizado o concerto, não fosse faltar ainda a Deliverance. Naquele joguinho estúpido entre banda e público, os Opeth retiram-se do palco na tentativa de fazer parecer que o concerto já tinha acabado, ao som de um plateia a pedir por mais, e mais, e mais… ensurdecedor! Como já referi faltava a masterpiece de Opeth, Deliverance, eles não enganam ninguém, uma música mítica como esta tinha de ser tocada. E não foi para menos, um início absolutamente divinal… foi caso para dizer, “Deliverance laughing at me!”

Acabava assim um fantástico concerto, talvez o melhor do ano, de uma banda que não precisa de quaisquer adereços para fazer um espectáculo do outro mundo! Ainda com a promessa de Akerfeldt de um novo trabalho para breve. Cá o espero.



No meio disto tudo faltou referir as intervenções potentosas e não menos cómicas de Mikael Akerfeldt, ou seja, um concerto que durou cerca de 2h, em que 1h30 foi basicamente para as músicas e 30min para uma sessão de stand-up comedy! Enterrar o Axe e Martin Mendez, fazendo-os tocar Michael Jackson, foi um momento hilariante. Não esquecendo referir a parte em que o próprio fez um Hardclub inteiro cantar parte da The Drapery Falls… sem palavras! Uma interacção com o público de grau superior, um músico de eleição em todos os aspectos! Não vou dizer que o "amo", pois é feio! Mas se já tinha bastantes pontos na minha consideração, este concerto veio coloca-lo num patamar elevado de respeito e devoção!

Outros dos atractivos deste concerto era a expectativa à volta do novo baterista, Martin Axenrot. Não estava céptico em relação à qualidade do mesmo, mas sim curioso em ver o que poderia fazer numa banda com atmosferas mais melódicas. Revelou-se um baterista com uma pancada forte, destrutivo, uma verdadeira máquina de guerra, mas também em certos momentos bastante técnico, como seria de esperar. Consoante os temas iam andando, começou a mostrar-se mais liberto, fazendo desse modo uma excelente prestação. Não fazendo esquecer como é obvio, Martin Lopez, uns dos bateristas mais criativos no meu ponto de vista, dando sempre um toque mágico nas suas composições rítmicas… um colosso da bateria!

Quanto ao resto dos músicos nada apontar, já aquilo que eu conhecia deles, excelentes executantes.

Alinhamento das Músicas:

1. Ghost of Perdition.
2. When.
3. Bleak.
4. Face of Melinda.
5. The Night and the Silent Water.
6. The Grand Conjuration.
7. Windowpane.
8. Blackwater Park.
9. Deliverance


Mikael Åkerfeldt - Guitars, Vocals. Peter Lindgren - Guitars. Martin Axenrot - Drums. Martin Mendez - Bass. Per Wiberg – Keyboard.

Quanto à festividade pós-concerto, não houve grandes momentos apontar, estávamos complemente alucinados com tremendo evento, a celebração do 9º aniversário do Hardclub foi imponente, não há bocas de fora que possam congelar excelente actuação! A noite acaba no apartamento no Amial, bebendo cerveja, conversando e dando continuidade a um dia dedicado à música. “Morremos” ao som de um Panopticon de Isis, passando num Somewhere on the Highway de Cult of Luna e de um Aenima de Tool.

O meu obrigado ao Fábio, Sónia, Armando, Marcos, Chalana, Jorge, Palas, Daniela, a todos que fizeram deste dia um dia excelente, e como não podia deixar de ser, aos OPETH!!!