sexta-feira, fevereiro 09, 2007

A Civilização do Aborto

Venho por este meio informar que, a gerência pede as mais sinceras desculpas por este espaço não ser regularmente actualizado. Mas um facto é que o mentor do mesmo tem andado com pouquíssimo tempo (sim… chama-lhe tempo) para este tipo de brincadeiras. Porque Não… Ele não ganha qualquer tipo de fracção monetária com esta porcaria! Se ganhar alguma coisa com isto, será concerteza um pouco de satisfação deturpada, ou algum ódio benigno, ou até mesmo não ganhe nada, que também é uma coisa bonita para se ganhar!

Acredito que seja frustrante esta circunstância, a tal de só por aqui os “pés” de lés-a-lés! Primeiro porque a espera até nova actualização é longa. Segundo, porque esse tempo de espera não desperta um efeito positivo em vós, visitante/leitor, após visionamento da mesma actualização, pois na verdade o que escrevo para aqui nem ao Diabo interessa!

Hoje decididamente apetecia-me divagar por um texto que não dissesse absolutamente nada… Exactamente, mais uma vez! Não é que ache grande piada a isto, mas quando se olha para o nosso dia-a-dia e só se ouve falar da Despenalização do Aborto, da Interrupção Voluntária da Gravidez, e da questão “Porque é que os bebés nascem?” e “E porque não, não deixa-los nascer?”, torna-se complicado arranjar um tema interessante para se falar. Mas como gosto de ter sempre uma temática base nos meus textos, terei de recorrer alguma coisa. Conclusão, como só se pode ser eliminado da Taça de Portugal uma vez por época, penso que será melhor não voltar a falar da vergonhosa derrota do Valecambrense frente ao Póvoa de Varzim, logo, vou ter que me centrar na temática do Aborto, mesmo sabendo que já estamos todos fartinhos disso. Meninos, é o que se arranja!

Para quem não sabe, ou para quem anda muito a leste dos acontecimentos, no próximo domingo teremos novo referendo acerca do aborto, Yeahh! Anteriormente disse que tinha uma surpresa reservada para este tema, mas como não foi possível realiza-la fico-me só pelo texto, é pena era uma música muito bonita!

Após visionamento de alguns debates televisivos, leitura de jornais e até mesmo de alguns blogs, recolhi matéria mais que suficiente para chegar a esta pequena conclusão: “Estamos fodidos!”, ou melhor “Os fetos futuros estão fodidos!”… Sim, porque nós já estamos cá fora, logo a contenda imposta neste referendo não nos afecta em nada!

Existe um rol de questões que me causam uma certa irritação, nomeadamente a questão que vão por em cima da mesa de voto, isto é, se somos a favor ou não da despenalização do aborto até às 10 semanas… Depressa concluímos que esta pergunta foi deveras bem pensada para quem quer que isto vá avante pelo o lado do SIM, não remetendo o leitor directamente para o acto do aborto em si, mas sim para a despenalização da mulher caso esta aborte! Consequência disso: Feminismo em Peso! Este é um dos argumentos utilizados, e diga-se estupidamente, pela a “bancada” do SIM… “Não se quer legalizar nem liberalizar o aborto: quer-se sim despenalizar!”… Mas agora pergunto-me, uma coisa não levará à outra? Ao despenalizarmos o aborto até às 10 semanas não estamos também a legalizar o aborto até às 10 semanas? Ok, dizia-se assim, “O acto de furto de imóveis vai ser despenalizado!”, secalhar eu não ia logo buscar um ecrã plasma para meter no quarto! Daí que ache um fundamento um tanto ou quanto contraditório… E mesmo analisando racionalmente e friamente a pergunta efectuada aos portugueses… Fazer um aborto é uma coisa grave, é matar um ser humano mesmo que em condições muito especiais, mas sublinho, é matar um ser humano, logo na prática deve ser punível caso o acto desse aborto fuja às leis jurídicas!

Como já devem ter percebido, domingo irei votar NÃO. Mas obviamente que existem uma série de excepções da qual eu estou plenamente de acordo que se pratique o aborto. Nomeadamente aquelas que estão previstas por lei, que como é lógico não vou estar para aqui a enumera-las, senão até fazia parecer uma pessoa inteligente e eu não quero enganar as pessoas! É claro que também se podia discutir a introdução novas condições a esse lote, não pertencentes à lista de várias excepções já existentes, mas daí a concordar com o aborto livre e de espontânea vontade, sem razões válidas para o realizar, o simples “Ah, não quero!”, hmm… não me parece!

Para além das limitações previstas por lei só seria a favor do aborto se, no planeamento familiar durante a gravidez, a mulher fosse acompanhada não por um médico ou psicólogo, mas sim por um tarólogo! Fazia todo o sentido, senão vejamos. O tarólogo teria a função de prever através das cartas o que, ainda embrião seria no futuro. Assim sendo, a mãe abortava ou não consoante a utilidade da futura criança para a sociedade! Deste modo, caso o tarólogo prevê-se um futuro risonho para a criança, o feto cumpria o seu período de gestação e nascia. Caso prevê-se um futuro opresso para a criança, o tarólogo aconselhava a mãe abortar. Por exemplo:

Tarólogo: “O seu filho no futuro será o novo George W. Bush?”
Mãe: “Devo abortar então?”
Tarólogo: “Concerteza que sim minha senhora, concerteza que sim!”

Enfim… Situação caricata seria fazer-se o mesmo diálogo mas com a mulher do ex-futebolista Néné há uns valentes anos atrás, assemelhar-se-ia a mais ou menos isto:

Mulher do Néné: “Diga-me Maya, o que vai ser o meu filho no futuro?”
Maya: “Estranho, saiu a carta Julgamento, separação entre o passado e futuro… O seu filho irá ser uma Mulher!”
Mulher do Néné: “Xii… Devo abortar?”

Como vêem seria muito mais prático!

Uma coisa que para mim não tem pés nem cabeça é o facto de se apelar ao argumento do, “Todos os países desenvolvidos da união Europeia têm o Aborto Despenalizado!” Deixem-me cá pensar um bocadinho… Quer-se dizer, Portugal é um país na cuada da Europa, não por ter uma taxa de desemprego enorme, nem por ter um enorme défice a nível económico, ou ter um Bueno a marcar 4 golos em 17 minutos! Não… É por não se abortar livremente e isento de punição! Ok.

No meio disto tudo quem não terá um poder relevante de decisão são os homens (pais), se bem que as coisas não assim tão lineares, mas caberá à mulher decidir se quer abortar ou não. Não é por isso que elas lutam, pelo poder de decisão?! Mais chato é para o feto que entretanto não terá nenhum! Continuando, acredito que mais tarde ou mais cedo sejamos confrontados com reportagens televisivas, em que aparecerá um homem com a cara desfocada e a voz distorcida a dizer: “Eu queria ter um filho… Mas a minha mulher abortou!” Se bem que, e volto a frisar, as coisas não são assim tão lineares!

Quanto ao aborto clandestino, de facto não podemos fechar os olhos a isto e saber reconhecer que é uma prática muito grave. Ainda estamos por perceber como é que o Beto entrou em Portugal! Mas pronto, ridículo vai ser saber, e mesmo que o SIM ganhe, que as mulheres portuguesas irão recorrer na mesma à prática dessa enfermidade! Porquê? Não digo, pois o texto já se está alongar, mas se entretanto a curiosidade vos apertar perguntem e eu responderei!

Para finalizar este abortivo texto só aconselhar as pessoas a darem um vista de olhos no Livro dos Direitos Humanos, encontrarão lá uma página que dirá o seguinte... “Direito à Vida!”

Saudações

Prémio, fazias bem o papel de Coisa no Quarteto Fantástico!
“(…)uma coisa humana(…)”
Vocábulo utilizado por Lídia Jorge no programa Prós e Contras para descrever o que a mulher transporta no seu ventre.

13 Interpelações:

Anonymous Anônimo tagarelou da subsequente forma...

É verdade que seguindo sempre a mesma linha de discurso à "Leandro armado em bem falante com piada a meio", no meio de muitas larachas apesar de algumas muito bem aplicadas até, no que se refere a "assuntos sérios" (nao desfazendo o sentido de oportunidade e o caracter também sério das larachas claro!) nao podia estar melhor! Apoioado! É assim mesmo!

fevereiro 11, 2007 9:13 PM  
Anonymous Anônimo tagarelou da subsequente forma...

realmente, a questão temporal das minhas...piadas (?) não é lá muito explorada normalmente por isso não se deviam chamar "crónicas". Quanto às doenças...estão lá bem :D

abraço

fevereiro 12, 2007 12:42 AM  
Blogger Unknown tagarelou da subsequente forma...

parece que o sim ganhou.. pela festa que fizeram na tv deduzo que tenham ganho que os direitos das mulheres. parece que tinham ganho o euromilhoes xD enfim nao percebo os portugueses, a argumentaçao do sim era tao banal :| mas pronto os europeus ja sao assim. assim seja.

fevereiro 12, 2007 9:15 PM  
Blogger Unknown tagarelou da subsequente forma...

É uma coisa realmente muito má o que aconteceu.
Valha-nos o referendo não ter carácter vinculativo, pode ser que isto seja apenas um "test-drive".

Já estão a surgir imagens na minha cabeça de pessoas a dar graças a Deus por terem ultrapassado as 10 semanas:

"Ai a minha mãe gosta mesmo de mim, passei das 10 semanas!"

No meio disto tudo, dos extremistas "Sim" e "Não", quem devia ganhar era o juízo e o Bom Senso.

fevereiro 13, 2007 6:41 PM  
Anonymous Anônimo tagarelou da subsequente forma...

sim senhor.. que jovens tao conscientes.. mas ate que ponto estará correcto o que afirmam? até que ponto acreditaram mm no que estao para ai a dizer?
sim, abortar é matar.. mas nao será preferível tirar a vida a um pequeno ser, enquanto nao sofre na sua plenitude, do que traze lo ao mundo e dp ser rejeitado pela propria mae, por exemplo,kd esta é capaz de o deixar ao abandono em caixotes do lixo.. por vezes pai desconhecido e na grande maioria, nao ser reconhecido pelas familias paterna e materna ou nem chegam a saber da sua existencia..e se chegam, é mais um adulto em miniatura para trabalhar e viver em condiçoes precárias..ja pa nao falar dos maus tratos e abusos continuos.
sim, matar é nao dar oportunidade, mas nenhuma mulher, por mais fria que seja, ker tirar o seu filho pk lhe apetece, pk nao lhe da jeito nakele momento, nao!
penso que voces, jovens ditos concientes, nao pensaram bem na questão.. apenas apoiam o nao pk é feio matar, é pecado... e bater nas crianças?nao é pecado? faze las passar fome, obriga las a trabalhar, privando as de uma infancia normal? deixa las ao abandono, nao é pecado? fazelas sofrer?...

fevereiro 16, 2007 5:01 PM  
Anonymous Anônimo tagarelou da subsequente forma...

Anónimo, e o gesto mais altruista de que se julga capaz é o de sentenciar penas de morte?
Já alguma vez denunciou os casos que conhece de crianças a trabalhar, já saciou alguma criança que viu a passar fome? E o que é que entende por "infância normal"? E por acaso, considera que um ser humano que nasce num meio de carências várias não terá no futuro capacidade de superá-las? Arroga-se no direito de definir e dispor de um destino inteiro de uma vida? Acha que os pobres não têm direito a nascer? E o serão para toda a vida? Acha que por se ser pobre é-se menos feliz do que alguém que tenha nascido em berço de ouro? Acha que se uma mulher que não ama o filho que traz ao mundo, mais ninguém o amará?
Estarei na presença do tal tarólogo ou vidente enunciado pelo autor que motivou estes comentários?

Não sei em que mundo vive, mas, por muito difícil que lhe seja acreditar ou admitir, a maioria das mulheres que privam o nascimento dos seus filhos, em desespero ou em consciência, é movida por puro egoísmo e conveniência, por se considerar incapaz de cuidá-los, por não querer afectar o seu futuro, a sua carreira, os seus estudos, a sua imagem, por constatar que o pai da criança não ficará com ela, por não querer assumir a responsabilidade de um acto.
Ou está mesmo convencido que se trata de um gesto de amor?
Infelizmente, no lugar de apostarmos na orientação e no apoio a essas mulheres, preferimos lavar as mãos no sangue que será derramado de mãe e filho. Acha que a prática do aborto dignifica uma mulher? Acha que reconhecer o direito a uma mulher a matar um filho é a solução para os males do mundo? Sorte a dos abortistas que nasceram primeiro...e que se podem arrogar no direito de tecer considerandos e de dispor da vida dos outros.

fevereiro 16, 2007 8:30 PM  
Blogger Unknown tagarelou da subsequente forma...

Deixa-me começar por dizer que, em primeiro lugar és uma pessoa como uma frontalidade imensa, e de uma veracidade inatingível… Sim, Anónimo tudo bem contigo?

Segundo, sim somos pessoas conscientes e sobretudo francas não temendo facto de dar a cara pelas nossas opiniões!

Devo respeitar a tua posição como deves tu respeitar a nossa…

Bem, devo admitir que esse teu exemplo é bastante aceitável, ninguém quer ver bebés nos caixotes do lixo, evidentemente! Mas agora pergunto… sim, porque é passível de discussão! O que é que foram fazer aquelas senhoritas a Espanha? Foram abortar porque realmente quiseram, marimbando-se para vida que acolhiam … Ou porque, e numa hipótese muito remota, não tinham condições para oferecer uma vida estável à criança que poderia nascer? Bem, devo reafirmar que foram a Espanha! Das duas uma, ou a Rede Expressos pagou a viagem… Ou então a senhorita até tinha posses para criar a criança!

Para mim o que está em causa, é o abortar sem razão de ser… A tal por opção… “Eu quero, porque quero!” “Ah, mas a senhora foi violada? Há perigo de vida para si durante o período de gestação?” “Não, quero abortar, porque não quero ter um filho, não quero condicionar a minha vida!”

Mas o que é isto, gerar um filho é como oferecerem-te uma camisola e tu não gostares! Foda-se, Francamente! Abortar nessa condições para mim é crime, e venha o Sócrates dizer-me o contrário… Já agora devo felicita-lo pela excelente campanha que fiz pelo SIM! Nada influenciador… “Se o SIM ganhar mudamos a lei… Se o NÃO ganhar fica tudo na mesma, não mexo em nada” Parabéns!

Enfim… O exemplo que deste é um caso, dentro de muito casos que por aí andam, não é preciso liberalizar o aborto para resolver isso tudo…

Devo acrescentar pelo o discurso aplicado deves ser rapariga… Vá, vai continuando essa tua diplomacia, o Bloco de Esquerda precisa de mais massa feminista!

Para finalizar só retirar uma frase do último comentário, ou resposta ao seu comentário: “Sorte a dos abortistas que nasceram primeiro...e que se podem arrogar no direito de tecer considerandos e de dispor da vida dos outros”

Bem, tenho dito, e obrigado pela sua opinião… Já lá dizia o outro “As opiniões são como as vaginas, quem quiser dá-la.. dá-la” Fizeste bem em dar a tua… opinião!

Fica bem… e volte sempre! Já agora obrigado ao DS, que eu também não sei quem é, pelo o seu comentário!

P.S: De mais lembrar que estou a escrever este meu comentário depois de vir da casa transmontana, de tal modo que não estou nas melhores condições para o fazer, peço desculpa… mas foi assim que saiu, é assim que vai!

fevereiro 16, 2007 8:45 PM  
Anonymous Anônimo tagarelou da subsequente forma...

Leandro,

DS = Débora Salgueiro.

Um bom fim-de-semana.

fevereiro 16, 2007 11:44 PM  
Blogger psy_ tagarelou da subsequente forma...

wow

senhor margalho,o titulo do post parece estar:
"COMPROVADO!!"

nada como o aborto pra encher guestbooks^^,ainda nao li foi esses testamentos...dpx...

sobre o caso so pergunto(ja que eras adepto do nao,plo que eu me lembro de ter lido na semana passada):P :
-com base nos depoimentos do senhor marcelo r.sousa,keh q eh ilegal,se pode fazer,e dpx de feito nao acontece nd a kem o fez,para alem do aborto??eis o referendo q devia ter sido realmente feito tendo em conta c€rtos factor€s que poderiam ajudar o pais a saire da crise em varia formas,sentidos e areas...pra mim referendar o aborto nestes tempos presentes foi uma coisa tao louca que nem pla minha cabeça enxarcada em vodka e whisky passaria....sera que sinto os meus olhos asperos agora??se sim,obrigado senhor socrates por me poupar de talvez uma certa ira....

fevereiro 17, 2007 1:20 AM  
Blogger psy_ tagarelou da subsequente forma...

"ainda bem que nao eh so o aborto que faz portugal rir"

-jose diogo quintela segundos apos o sketch em que satiriza a campanha de marcelo rebelo de sousa...

fevereiro 17, 2007 1:25 AM  
Anonymous Anônimo tagarelou da subsequente forma...

Bom, eu não poderia deixar de comentar este post, até porque "estamos juntos nesta luta,camarada Leandro!".
Alguns factos:
- A campanha do sim insistiu imenso no argumento de que Portugal se encontrava num estado medievalesco e que liberalizar o aborto nos faria apanhar o comboio do progresso da União Europeia;dados macroeconómicos fiáveis dizem-nos que em 1974, o PIB per capita de Portugal e Irlanda representava 96% da média europeia;nos últimos 30 anos, a taxa de crescimento desta grandeza foi de 3,5% na Irlanda e 1,8% em Portugal, o que faz com que actualmente o PIB per capita português seja 70% inferior ao irlandês...Ora, sabendo que a Irlanda é um dos poucos países que ainda não liberalizou o aborto, deduzo então que desde o dia 11 Portugal passou a ser muito mais evoluído que eles...
- A minha posição não passa pela alteração da Lei Penal. O meu conhecimento acerca desta não me permite saber se existe algum crime que não seja punido com pena de prisão ou até mesmo trabalhos comunitários;no entanto, caso já exista algum crime cuja punição observe um regime especial (que não passe pelas duas opções acima referidas), então não vejo o porquê das críticas à posição do Sr. Marcelo Rebelo de Sousa e de outros apoiantes do não...E atenção que este Sr. Marcelo é formado em Direito, por isso saberá melhor que nós se é real a possibilidade de aplicar um regime especial no caso da interrupção voluntária da gravidez;

Agora a minha opinião pessoal acerca de tudo isto (acrescida de mais alguns factos...):se as mães que equacionam fazer um aborto fossem devidamente apoiadas pelo Estado para levar a sua gravidez avante (que sonho o meu...), se lhes fossem expostas soluções no caso de não desejarem mesmo ter um filho (soluções essas que passam, por exemplo, por um processo de adopção, ainda para mais sabendo que, em Portugal, são mais os pais a querer adoptar crianças do que crianças para serem adoptadas), então eu não acredito que uma MULHER DIGNA tivesse coragem para abortar.
Bom, já me estou a alongar demais, por isso só três notas:
- Para aquelas pessoas que diziam ser uma vergonha existirem mulheres que tinham de se deslocar a Espanha para abortar, fiquem sabendo que não menos são os portugueses que também se têm de deslocar a Espanha para conseguir um transplante pulmonar que não conseguem em Portugal devido à falta de eficiência do SNS...
- Portugal é o único país da UE que não comparticipa a vacina contra o cancro do colo do útero e a nova bomba de insulina para diabéticos.Penso que as pessoas que sofrem destas enfermidades é que se devem sentir VERDADEIRAMENTE humilhadas com a lista de prioridades do governo português...
- Finalmente, o ministro da saúde já veio dizer que o problema do aborto clandestino é impossível de resolver...Interessante, até porque não era bem isto que a campanha do sim afirmava,pois não?

Bom, penso que este texto serve como um razoável complemento ao texto (realmente) interessante da Débora Salgado (que eu não sei quem é, mas percebe-se que é uma pessoa extremamente esclarecida), por isso, amigo Leandro, xauzão e fica bem!

fevereiro 22, 2007 8:59 PM  
Anonymous Anônimo tagarelou da subsequente forma...

Sabem, continuo agoniada. É difícil entender que possa haver pessoas que rejubilem por milhares de inocentes que serão sacrificados ao egoísmo de uma sociedade...Que cegueira é esta? Teremos atingido o mais elevado estádio de estupificação? Fico, no entanto, aliviada por ir encontrando apoiantes da Vida. Obrigada.

Permitam-me citar alguns argumentos de Alexandra Teté, Presidente do Movimento Mulheres em Acção; os quais subscrevo na íntegra.

"Quanto à questão da penalização das mulheres, é bom recordar o seguinte: primeiro, o senhor Ministro da Justiça já veio reconhecer que não há, nem nunca houve, mulheres na prisão por terem abortado. Depois, é possível continuar a criminalizar o aborto até às 10 semanas sem necessariamente condenar ou julgar a mulher que o faz, considerando que a mulher que aborta tem, em geral, uma "culpa diminuta", ou se encontra em estado de "necessidade desculpante". Mas, nestes casos, o direito mantém a censura sobre esse comportamento – porque o aborto é um mal – e conserva a sua função pedagógica. Por, ultimo, o "sim" também defende a criminalização às 10 semanas e 1 dia... Qual é a lógica disso?

A presença de um indivíduo humano vivo às 10 semanas de gravidez é universalmente reconhecida. Pode-se "fotografar" e filmar. Sabe-se que o desenvolvimento desse ser humano é um "continuum": não faz sentido decretar que a vida começa às 5, 10 ou 20 semanas .... O ónus da prova de que um ser humano de 9 semanas merece um tratamento diferente pelo Estado – privando a sua vida de protecção legal – caberia aos defensores do "sim", que não são capazes de o fazer...

Note-se mais uma vez que, na questão moral e política do aborto, o que está em causa não é um qualquer dilema moral ou existencial de âmbito privado. Não é apenas uma "questão de consciência": afecta terceiros. Trata-se afinal do direito à vida, que é o primeiro e fundamental dos direitos. Isto é, afecta os próprios fundamentos da convivência humana e da comunidade política. E é precisamente por ser uma questão política que o Estado deve intervir, para proteger esse valor primário.

Nestes termos, a vitória do "sim" significaria (significa) a imposição pelo Estado, a todos os membros da comunidade política, de uma concepção moral particular – a de que a vida do não nascido até às 10 semanas não tem valor no espaço público e deve ceder perante a "opção" da mulher; a imposição pelo Estado, a todos os cidadãos, da obrigação de contribuir com os seus impostos para garantir a concretização desse "direito" da mulher; e a "penalização" definitiva e radical dos indivíduos não nascidos (até às 10 semanas), despojando-os de qualquer protecção legal.

Recorde-se ainda que a lei actual já despenaliza o aborto em situações dramáticas. Daí para o aborto a pedido – "porque sim"! – vai um grande salto: o que está agora em causa é permitir o sacrifício total de um bem jurídico constitucionalmente protegido (a vida humana intra-uterina), por simples desejo ou "opção" da mãe, independentemente de toda e qualquer outra consideração, procedimento ou motivo. A mulher passa a ter um direito de propriedade absoluto sobre o seu filho, podendo suprimi-lo pelas razões que entender. O embrião/feto até às 10 semanas passa a ter o estatuto de coisa, material inteiramente disponível, com a cumplicidade activa do Estado." (Profundamente triste...)

PS. Fábio Espadaneira, obrigada pela partilha da sua opinião e dos dados que apresentou.

fevereiro 23, 2007 3:09 PM  
Blogger Paulo de Almeida tagarelou da subsequente forma...

Eu ate tenho umas coisas giras pa dizer sobre isto... ora bem...

O quê? Não pode ser... o referendo já foi? Ha quase um mês??

Ora bolas... hmm... onde é q eu ia? Ah, sim... Gostei muito.

Continua assim...

março 03, 2007 3:42 PM  

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