quarta-feira, maio 17, 2006

Monumental Festa Académica - Diário da Queima

Boas, peço imensa desculpa pelo silêncio literário nos últimos dias, creio efectivamente que exista gente com algumas saudades minhas, mais não seja a minha própria irmã, que manifestou o seu desagrado à não actualização do blog; mas a minha ausência deve-se a razões que se revelaram mais importantes, senão vejamos, passar uma semana em exaustivo delírio e começar outra atropelado por um “Cavalo de Tróia”, são boas justificações para não meter cá os pés ou neste caso os dedos.

Mas antes de iniciar aquele que será o post mais deslavado desde os últimos três que efectuei, queria deixar um pequeno comentário quiçá uma afirmação ao clamor sardónico vindo de uma pessoa que se denominou como anónima na minha ultima escritura. Queria agradecer desde já a sua participação, foi com agrado e respeito que li o seu comentário; e ainda digo mais, se for quem eu penso, não se preocupe, eu também gosto muito de si… Espero no futuro mais intervenções suas.

Mas vamos ao que interessa, o diário da queima, um bocado atrasado… é verdade, mas aí está, pronto para ser espiado por os devoradores mais pacientes dos meus textos.

Sábado, 6 de Maio

Três indivíduos partem da sua terrinha num carro encarnado com destino ao Porto. Viagem calma ao som de um estilo muito característico nas hostes dos Margalhos, metal. Chegando a cidade dita por muitos imbicta, eu cá como bom português direi invicta, dirigimo-nos primeiramente ás instalações da FEUP para comprar as minhas senhas milagrosas, senhas estas que davam acesso ao queimódromo, a tal chamada 5º dimensão da queima, onde tudo e mais alguma coisa acontece, não será um bom slogan mas identifica muito bem o espírito do festim. Seguidamente instalamo-nos no Margalhal (apartamento no Amial), pousando as tralhas e descansado uma nulidade de tempo. Cada um já com serões programados, eu dirigi-me para o meu, jantar de curso, jantar esse que antecedia a Serenata (Cordoaria), Serenata essa que começara à 00h01min, dando também início à Queima das Fitas do Porto 2006. Observando celebração tão secante e concluindo que esta não teria interesse nenhum, fui ter então ao local de encontro dos três Margalhos, o Piolho. É lá perto e não é que para meu espanto e aprazimento me deparo com Espadaneira possuindo uma garrafa de reserva de vinho do porto pronta para ser violada, mais tarde chega Pedrito também com vontade de participar nesse acto rude.
Nova e pequena passagem no Margalhal e siga para a festa, mas sem antes esperar por um autocarro que nunca apareceu. Recorremos então ao serviço de um táxi para deslocarmo-nos até ao mundo doentio e não menos espectacular que é o recinto da queima (parque da cidade, Matosinhos).
Ao invadir o queimódromo delineamos um percurso dentro do próprio, e digamos que seria praticamente o mesmo nos dias posteriores. No que diz respeito a barracas, “Você é JCC”(FLUP), “Os Verdadeiros”(VLC) e “Movimento Maca”(FLUP) foram as mais utilizadas. Deixo aqui a foto esquema do recinto assinalado com uma circunferência as barracas acima descritas.

Queimódromo durante o dia


Agora imaginem este preenchido por um formigueiro semelhante àquele que vemos nas nossas televisões nos dias de tempestade intensa, deixando de transmitir os canais nacionais que, tal como a queima, é uma alegria. Seria mais ou menos isto…

Queimódromo durante a noite


Por conseguinte no meio desta selva, os Margalhos adquirem uma rotina nocturna simples: beber, caminhar aos encontrões, beber, caminhar novamente, conversas com algum sentido, beber, atrofiar um bocado, beber, conversas sem sentido algum, etc…
São 6h30, próximo objectivo apanhar autocarro serviço especial queima, zona Hospital de S. João, e digo objectivo porque o grau de dificuldade em entrar nesse autocarro é bastante elevado, uma espécie de tentativa em ingressar nos quadros de ouro do Guiness Book of Records.
De volta ao Margalhal, ainda a tempo de jogar umas partidas de PES5, são 9 da manhã é hora de ir descansar.

Domingo, 7 de Maio

Basicamente um dia semelhante ao anterior, obviamente sem a Serenata. Ora, acordar às 17h, não fazer puto até às 22h, jantar, não fazer nenhum até à 00h e siga para a queima. E no recinto o que a gente já sabe.
7h voltamos para casa e nada como dar umas valentes cambalhotas à frente de uma das padarias na rua do Amial para finalizar a “noite”, e ao ver tremendo jubilo dentro desse nobre estabelecimento, entrar e perguntar se tais acrobacias de difícil execução davam direito alguma coisa.
Next Stop: Apartamento, cama!

Segunda-Feira, 8 de Maio

Dia dedicado a um descanso absoluto, pelo menos para mim e dia marcado pelo abandono de Espadaneira das quatro paredes do Margalhal, saída esta colmatada pela chegada de Serginho e sua namorada Cintia.

Terça-Feira, 9 de Maio

Dia do Cortejo, a cidade do Porto pára para ver este maravilhoso festejo académico, ruas completamente cheias, movimento de enlouquecer, as tropas de cada faculdade e institutos estão preparadas, irradiam diversão para a toda turba da cidade, e diversão é mesmo a palavra de ordem para caracterizar este festival de harmonia e cor. Diga-se, eu não participei dignamente nessa festa, participei à minha maneira.
Queimodrómo, noite marcada pelo acontecimento mais caricato de toda a queima, o beijo lésbico. Isto passou-se já quando nos preparávamos para ir embora. Nesse momento sou interpelado por duas meninas e um rapaz que, ao avistarem-me com uma dose líquida na mão, vieram-me carinhosamente pedir. Eu, como não sou burro nenhum, propus um negócio para satisfazer esse pedido, ou seja, negociei um beijo entre as duas meninas por o meu whisky-água-cola. Depois de alguma insistência da minha parte e até mesmo do rapaz que se encontrava com elas, lá consegui convence-las a realizar esse acto homossexual, e assim foi, dez segundos de puro lesbianismo mesmo à minha frente.


Quarta-feira, 10 de Maio

Palavras para que te quero… sem duvida a noite mais degrado-espectacular da queima. E porquê? Porque tivemos acesso ao backstage do palco, e só Deus e quem lá foi, é que sabe como fomos lá parar… pois, segredo. Mas o que se passa no backstage da queima alem de apertar a mão ao narcótico anónimo Jorge Palma e ver a actuação do Quim e do Hermano num ecrã plasma? Temos vodka limão e safari cola por nossa conta. Depois deste insólito acontecimento voltamos ao recinto já todos muito bem mamadinhos… e a partir daí ocorreram mil e uma coisas, das quais eu só me lembro uma, que foi chegar a casa… pronto estou no gozo lembro-me de bastantes cenas, novas frases disjuntas, conversas sem nexo, situações ridículas, algumas parvas e outras até interessantes mas convêm não andar a partilha-las… Ok, partilho só uma, a cena na padaria no Amial: quatro exemplares bêbados entram numa padaria logo de manhãzinha, cheia de gente séria pronta para encarar mais um dia de trabalho, nisto Pedrito lembra-se de pedir um “Éclaire Misto” e Serginho um “Lanche com Creme”… conclusão, gargalhada geral na “Padeirinha do Amial”. Enfim, onde é que está a piada neste degradante acontecimento? Gente honesta possuída pelo mephisto da queima.

Quinta-Feira, 11 de Maio

Previamente tinha pensado voltar para casa nesse dia, mas não, depois de acordar todo destruído, tornou-se completamente impossível isso acontecer. Deste modo negociei nova ida ao recinto, desta feita à patrão, como quem diz, à borla. Lá consegui o papelito desejado, papelito esse que nunca existiu, a entrada no recinto foi à estilo vip, levado a cabo por um rapaz do ISCAP.
Nessa noite foi tudo muito mais calmo, mas quem vai à queima vai para um mundo à parte e existem sempre histórias para contar.

Sexta-Feira, 12 de Maio

Acordar, arrumar as trochas e voltar para Vale de Cambra.
Metro, Batalha, Autocarro, VLC, Casa e Cama.


Curiosidades da Queima

- O facto de termos jantado relativamente bem todos os dias, aliás chegamos a cozinhar três vezes, o resto era comprado.
- O facto de só termos apanhado uma valente borracheira, a quarta-feira fatídica. Nos outros dias andávamos somente alegres, nada mais.
- O facto de nunca termos almoçado. A queima segundo Espadaneira é composta por três fases cíclicas: Jantar, Festa e Dormir.
- O facto de uma das vezes termos viajado até ao recinto num táxi cujo o motorista era partidário salazarista. A viagem até teve a sua componente cómica.
- O facto de não ter feito alusão ao tráfego causado pelas ambulâcias dentro do queimódromo, socorrendo vultos desfalecidos no chão do recinto da queima.
- O facto de andar com o fuso horário trocado, ver-me fodido para adormecer e andar os dias arrastar-me, mas já está a passar.

Desculpem a brevidade das minhas palavras, e até penso que isto não vos interesse muito, se calhar estarão muitos a dizer, “Ah, mais um historiazinha de bêbados!”, so digo isto, quem cá está é que sabe; mas achei por bem partilhar esta experiência com vocês, aconselho fortemente a passarem pelo o mesmo.
Saudações Blogísticas

8 Interpelações:

Anonymous Anônimo tagarelou da subsequente forma...

Pois é verdade!!!!;) Estava já cheia de saudades dos escritos do meu querido irmão!!!;)Muito obrigado por referires esse facto no post mais decadente que podias escrever...sim, porque esses dias de pura loucura, culminaram numa vida decadente deitado na cama enquanto eu desgraçada fazia um relatório de ecologia!!!!!Bem...acho que tens umas coisas para me contar...uns pormenores que deixaste em aberto, isto é, não referiste!!!
Vou trabalhar...que a minha vida não é isto!!!!
Mas Parabéns por aguentares uns dias de loucura, loucura e loucura!!!
Até ao próximo clamor sardónico!!!!!

maio 18, 2006 4:18 PM  
Anonymous Anônimo tagarelou da subsequente forma...

vejo k efectivamente que passaste uma semana na boa vida, vida essa de vadiagem pura e dura...
Contaste estórias com algum carater comico.. e eu precisamente até me ri em algumas delas, soltando uma valente gargalhada, foi do genero.. "ah, ah, ah.. sim senhor, este homem no circo teria a sua piada"!

Mas tu tás lá... ou mlh quase lá... mas já tas muito perto.. do quase

Sr. Leandro.. um abraço

maio 23, 2006 1:51 AM  
Anonymous Anônimo tagarelou da subsequente forma...

bem, e aki remato mais um clamos sardonico, porem so para dados estatiscos, porke um burro comer esta merda ou comer palhar e a mesma coisa. tiveste uma semaninha a comer gajas e beber cerveja segundo se consta lol, parabens entao. sem mais me despeço, e sabado axo k e pra ir de cor de rosa pro arcadia.. abraço

maio 25, 2006 10:40 PM  
Blogger Unknown tagarelou da subsequente forma...

Saudações aveirenses,

Eu próprio dei parte de mim nesse evento académico que foi a queima do Porto.

Com bastante pena minha, não tive a oportunidade de travar aqueles dois dedos de conversa com o caro amigo, assim o lamento, porém não deixei de aproveitar para marcar presença nos 4 m^2 reservados à população Valecambrense.

O grande destaque insurge-se naturalmente para o preço praticado ao nível do cereal. Noite da cerveja assim o anunciavam, eu o confirmei, parabenizo desta forma a organização pelos fantásticos 75 cêntimos cada balde de meio litro.

O resto da noite pouca história teve, talvez uns shots, aquele paleio aqui e ali, música só na tenda de electro, duas ou três pinguinhas largadas na área destinada para o efeito.

Uma noite bem razoável, não ao nível do Enterro Aveirense, mas já num patamar bem aceitável.

Abraço.

maio 31, 2006 10:34 PM  
Anonymous Anônimo tagarelou da subsequente forma...

ola*
ai tanta coisa, pa ser sincera n li tudo, mas li ks tudo x)
sbs como é, semana cheia de testes e tal... xD
mas gostei =) akela cena é k foi...ja m tinhas contado eheh
bjinho pra si *:)

junho 02, 2006 8:28 PM  
Blogger Paulo de Almeida tagarelou da subsequente forma...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

junho 02, 2006 8:30 PM  
Blogger Paulo de Almeida tagarelou da subsequente forma...

Falo sem ter experimentado essa experiência da "Queima", mas sei o que é beber, embora beber moderamente (e sim, ainda há hoje em dia quem o faça). Gostei especialmente da parte do lesbianismo e só tenho pena que tenho sido dada mais importância ao que se bebeu, à pala ou não (ainda há gajos com sorte), em vez de a esse acontecimento inolvidável e acredito inesquecível. Depois deste teu post fiquei a saber que as gargantas andaram bem molhadas e regadas, mas sem saber se o dito beijo e troca de fluidos bocais entre essas duas meninas foi prazenteiro, giro, agradável ou simplesmente divinal... se foi um xoxo, um beijo húmido ou até um interessante linguado. Espero que para a próxima me elucides e fales mais a fundo do que realmente interessa.

A finalizar tenho a dizer que realmente da última vez que tive contigo parecias-me já recuperado de todo esse entusiasmo entusiasmante e fervilhante que viveste nessa cidadezita de Portugal e pude constatá-lo derivado da janta que tivemos e em que te apresentaste quase sempre contra o Filipe, que por sinal é outro bebedolas.

Bem, com tudo dito e sem nada por dizer, me despeço ansiando por novos posts da tua parte, dando-me assim oportunidade de embelezar este espaço, já de si agradável, num sítio maravilhoso pontuado com esta minha boa educação e boa disposição, para além destes magníficos comentários que aqui deixo não de vez em quando, mas sim de quando em vez.

Abraços e até à próxima.

junho 02, 2006 8:30 PM  
Anonymous Anônimo tagarelou da subsequente forma...

la la la..o primeiro comentario ao conjunto de vinte e poucos textos manhosos,mas claro, plenos de interesse e sobretudo muito conteudo ;P
"Movimento Maca" sao as duas palavrinhas que mais brilham, eheh!
o sitio, enfim, onde 25centimentos compram 2 finos e mais qq coisa k agr n m lembro....
E um ano depois, la estaremos..naquele k é o evento mais degradante pa todos nós..(este ano com mt mais nivel, e com um dos grandes nomes do panorama musical actual...eles mm...os D'ZRT!)
Isto é o inicio...com calma...um cada de cada vez ;) ***

abril 28, 2007 2:57 PM  

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